terça-feira, 18 de setembro de 2018

Hidrofólios


O setor naval é uma das mais velhas seções de transporte e que mais progressos foram incorporados entre o segmento veicular. Contudo, a indústria naval e o setor de construção naval em particular, representam um dos mais sofisticados setores industriais de alto valor agregado.
A incorporação de multicascos, alto desempenho, design ajudado por computadores, simuladores, hidrodinâmica, aerodinâmica, motores e propulsões. Em algumas décadas uma geração nova de conceitos tomou forma, porém os barcos tradicionais ainda coexistem e mantêm seu próprio. Este é um setor onde a tradição e o moderno convivem, sendo que há uma revolução onde novos conceitos estão sendo patenteados o tempo inteiro.



                Barcos são veículos aquáticos que ficam com suas partes inferiores submersas. A resistência é maior que em carros, onde há apenas um pequeno contato (diminuindo o atrito) pelos pneus com o solo, tornando então os barcos mais lentos que outros veículos.
                Entretanto o italiano Enrico Forlanini teve uma ideia para solucionar esse problema. E se barcos funcionassem fora da água?
O barco, abaixo de um casco normal, possui um conjunto de hidrofólios, que nada mais são do que asas aquáticas. Usando o conceito de hidrodinâmica, a água passando em velocidade gera sustentação, empurrando o barco para cima. Quando a gravidade equilibra a força ascensional, o barco para de subir, havendo a possibilidade de todo o casco ficar fora da água. Contudo, não haverá mais arrasto hidrodinâmico e o barco enfrentará apenas a resistência do ar.
                Essa tecnologia é usada em embarcações militares e de transporte civil. Em 1970, havia a possibilidade de fazer a travessia Rio-Niterói em 7 minutos em um aerobarco com hidrofólio, uma vez que a barca tradicional levava 20 minutos.


                Porém, atualmente, o uso de hidrofólio enfrenta vários desafios, tendo seu uso limitado. Indústria conservadora, altos custos de manutenção, problemas em mar agitado, vulnerabilidade a obstáculos submersos e ambientalistas “que não gostam da ideia de lâminas percorrendo o fundo do mar a 80 km/h fazendo sashimi de baleia”, como afirma o escritor Carlos Cardoso.
                Porém, o uso de hidrofólios é difundido na navegação esportiva de alta performance. A equipe americana de iatismo, Team Oracle USA, desfrutam de um barco feito com fibra de carbono, possuindo uma vela rígida de 68 metros, alcançando uma velocidade 2,5x maior do que a do vento.

                                  


Autor: Caio Tramontin Volpato.
               
 Sugestões de vídeos:
Niterói Explorer: Travessia Rio-Niterói em Sete Minutos. Disponível em: [https://www.youtube.com/watch?v=hHCfq8MrXOg].
ORACLE TEAM USA - Fun on Foils. Disponível em: [https://www.youtube.com/watch?v=Y6dnOlE9sjk].
Foiling camp finale: "Everyone has a smile on their face". Disponível em: [https://www.youtube.com/watch?v=bzXq29iR2E0].


Referências Bibliográficas
CARDOSO, Carlos. Hidrofólios — uma velha ideia nova. Disponível em: . Acesso em: 09 set. 2018.
Factory of factories. BARCOS DESIGN & TENDÊNCIAS. Disponível em: . Acesso em: 09 set. 2018.

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