Coletes à prova de balas
Uma aplicação bastante recente dessas ideias está no uso de fluidos especiais —denominados pseudoplásticos — na área de segurança,
visando ao aperfeiçoamento de coletes à prova de balas,
que são muito usados em conflitos urbanos. Em sua concepção tradicional,
esses coletes são fabricados usando-se
fibras sintéticas especiais,
como o Kevlar.
O que aconteceria se as fibras
(meio poroso) fossem embebidas em um
fluido (não newtoniano)?
Primeiramente,
o colete fica mais
flexível e, portanto, mais confortável, quando não está sujeito ao
estresse. Quando um projétil entra em
colisão com esse material (fibra + fluido), fluido se torna instantaneamente muito mais viscoso, melhorando substancialmente o desempenho protetor da vestimenta.
Mas a coisa não fica só
nisso. As abordagens
decorrentes desse
trabalho
podem vir a subsidiar estudos ligados a outros
fenômenos de transporte que podem ocorrer concomitantemente com o escoamento, como o transporte de partículas
sólidas e de aerossóis,
bem como a transferência de massa e calor
em meios porosos, para ficarmos
em poucos exemplos.
Os resultados advindos desses
estudos serão fundamentais em aplicações
relevantes ligadas ao desenho de novos processos de separação de misturas (por exemplo, a cromatografia e
o fracionamento de partículas
por tamanho). Mais:
permitirá o projeto de dispositivos que abrirão
enormes perspectivas para o desenvolvimento de novos processos químicos, com melhor desempenho
e menor consumo de energia.
Gustavo Buss Sônego
Thiago Oliveira Cittadin
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