quinta-feira, 27 de outubro de 2016

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS: ALTERNATIVA PARA ABASTECIMENTO



UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
ENGENHARIA CIVIL
PROF.ª MARIA LÚCIA SOARES COCHLAR
ALUNAS: EULÁLIA CALDAS FANTINEL
SABRINA GOULART





PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E SUGESTÃO DE EXEMPLO DE ATENDIMENTO A UMA COMUNIDADE SEM ÁGUA













Tubarão
2016


EULÁLIA CALDAS FANTINEL
SABRINA GOULART










PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E SUGESTÃO DE EXEMPLO DE ATENDIMENTO A UMA COMUNIDADE SEM ÁGUA






Trabalho para a disciplina de Fenômenos de Transporte, lecionada pela Professora Maria Lucia Soares Cochlar, do Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina.








Tubarão
2016

 
 

INTRODUÇÃO

Atualmente um dos principais problemas enfrentados pelo Brasil no quesito infraestrutura está relacionado aos projetos de saneamento básico, visto que grande parte da população ainda carece desse serviço elementar, seja em comunidades distantes que podem estar localizadas nos extremos do país ou até mesmo em locais relativamente próximos do centro das grandes metrópoles.
Neste contexto, este trabalho tem por objetivo encontrar uma alternativa viável para o problema de uma comunidade sem agua. 
As águas subterrâneas resultam da infiltração de água proveniente da precipitação (chuva), assim como da alimentação direta dos rios e lagos. Assim sendo, constituem um recurso altamente valioso, visto representarem a grande maioria das reservas de água doce disponíveis e exploráveis na Terra.
Uma vez infiltrada, a água fica alojada numa formação rochosa denominada de aquífero. Trata-se de um conjunto de rochas porosas e permeáveis que tanto têm a capacidade de reter água como a de a ceder.
Desta forma, é possível utilizar os aquíferos como fonte de água para consumo na indústria, na agricultura e no demais consumo público humano.



A PROPOSTA

Apesar do planeta Terra ser composto por 70% de água, boa parte desta está imprópria para consumo e, por isso, lida-se com problemas de escassez em determinadas regiões. Considerando este fato, a utilização da água subterrânea pelas atividades antrópicas tem sido uma alternativa, já que quase 30% da água potável encontra-se neste meio e os outros 70% concentrada nas geleiras. A utilização deste recurso já era realizada desde as primeiras civilizações, que desenvolveram técnicas engenhosas para sua captação e proteção, evitando sua contaminação por poluentes como esgotos e outras substâncias. Deve-se ater-se ao fato de gerenciar tal uso nos dias atuais de modo que a torna uma prática sustentável. Os aquíferos subterrâneos representam 97% do volume de água doce terrestre, sendo esta de alta potabilidade, garantida pelos filtros naturais. Além disso, estima-se que em termos econômicos, a captação das águas subterrâneas seja mais vantajosa, já que os investimentos são amortizados em apenas um terço de sua vida útil, estimada em 20 anos. A construção de poços no Brasil é regulamentada pela NBR 13895, havendo cerca de 12 milhões de poços perfurados nos últimos 25 anos.
A água subterrânea existe em todo o mundo. A possibilidade de extraí-la varia muito de lugar para lugar, dependendo das chuvas e da distribuição dos aquíferos (as formações geológicas em que a água pode ser armazenada e que possuem permeabilidade suficiente para permitir que ela se movimente). Em geral, a água subterrânea é renovada apenas numa época do ano, mas pode ser extraída o ano inteiro. Desde que o reabastecimento seja adequado e a fonte esteja protegida da poluição, essa extração pode ser feita indefinidamente.
A água subterrânea integra o ciclo da água e, portanto, está intimamente ligada a processos atmosféricos ou climáticos, ao regime de rios e lagos e às nascentes e às terras úmidas que essa água alimenta ao chegar à superfície. Todos esses recursos se complementam, estendendo-se das regiões áridas até os trópicos.


A proposta é analisar a viabilidade da construção de poços artesianos, onde o aquífero pode ser acessado de forma rasa. Essa pode ser uma alternativa interessante para o abastecimento de regiões sem água.
No entanto, é preciso fazer o uso sustentável dessa água para evitar novas crises. Precisa-se ter recarga no aquífero para que ele continue dando água. Se a tiver em longo prazo a certeza de que a chuva vai continuar caindo e o aquífero recarregado, uma vazão de 1 metro cúbico por segundo é uma vazão segura.

ONDE FICA ARMAZENADA A ÁGUA QUE SE INFILTRA ABAIXO DA SUPERFÍCIE?
Uma vez infiltrada, a água fica alojada numa formação rochosa denominada de aquífero.
Trata-se de um conjunto de rochas porosas e permeáveis que tanto têm a capacidade de reter água como a de a ceder.
Desta forma, é possível utilizar os aquíferos como fonte de água para consumo na indústria, na agricultura e no demais consumo público humano.  Distribuição da água no subsolo 


(Fonte: TEIXEIRA et al., 2000)

COMO SE PROCEDE À CAPTAÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS?

 A captação das águas subterrâneas constitui uma parte fundamental dos sistemas de abastecimento de água necessárias a qualquer tipo de utilização, pelo que é fundamental adaptar o método à origem da água na natureza, com recurso a métodos geofísicos, levantamentos geológicos, estruturais e hidrogeológicos, entre outros.
Qualquer perfuração feita para obter água de um aquífero pode ser designada de poço ou furo. A escolha entre um poço e um furo é também ela influenciada pelas características geohidrológicas da formação da captação, assim como das dificuldades que a execução possa implicar ao nível da estrutura e dos caudais que se deseja obter.

AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ESTÃO SUJEITAS A POLUIÇÃO?

Apesar de as águas subterrâneas se encontrarem mais protegidas da poluição que as águas superficiais, não se encontram imunes a ação do Homem e das suas diversas atividades. Uma vez poluídas, a sua descontaminação pode ser extremamente difícil. Dentre as principais razões de poluição e contaminação de águas subterrâneas destacam-se algumas:
– A deposição de lixos humanos em aterros;
– O uso intensivo de adubos e pesticidas em atividades agrícolas;
– A deposição no solo de dejetos animais resultantes de atividades agropecuárias;
– A construção incorreta de fossas sépticas;
– A deposição de resíduos industriais sólidos ou líquidos, passíveis de serem arrastados por águas de infiltração.

TIPOS DE POÇOS:

POÇO TUBULAR PROFUNDO
Obra de engenharia geológica de acesso a água subterrânea, executada com Sonda Perfuratriz mediante perfuração vertical com diâmetro de 4” a 36” e profundidade de até 2000 metros, para captação de água. 

POÇO RASO, CISTERNA, CACIMBA OU AMAZONAS
Poços de grandes diâmetros (1 metro ou mais), escavados manualmente e revestidos com tijolos ou anéis de concreto. Captam o lençol freático e possuem geralmente profundidades na ordem de até 20 metros

A Figura abaixo representa esquematicamente os tipos de Poços existentes para a captação das Águas Subterrâneas:
Cacimba, poço raso, cisterna ou poço amazonas. Construídos manualmente. Não carece de licenciamento ou autorização governamental dos órgãos gestores.
Poço perfurado em rochas consolidadas ou cristalinas. Também conhecido como semi – artesiano.
Poço perfurado em rochas inconsolidadas e consolidadas. Pode ser chamado de Poço Misto e também semi-artesiano.
Poço no Aquífero Guarani. Poço perfurado em rochas consolidadas e inconsolidadas, com grandes diâmetros (até 36”) e  profundidades (até 1.500 metros). Também chamado de artesiano, jorrante ou não.
Poço Sedimentar, perfurado em rochas geralmente inconsolidadas. Pode ser chamado também de semi-artesiano.


ELABORAÇÃO DE PROJETO TÉCNICO CONSTRUTIVO DO POÇO
Deve-se levar em consideração, a geologia do local, a vazão necessária ou esperada, a qualidade físico-química da água e a distância entre a profundidade prevista de captação (nível dinâmico do poço) e o ponto de recepção dessa água (reservatório). Deve conter os tipos de rochas previstos a serem perfurados; diâmetros de perfuração; especificações dos materiais a serem empregados durante a perfuração e aqueles a serem aplicados em definitivo no poço e os serviços de completação tais como: desenvolvimento; teste de bombeamento; coleta e análises d’água; laje de proteção sanitária, cimentações e desinfecção.

CONSTRUÇÃO DO POÇO TUBULAR PROFUNDO
A construção deve ser executada dentro das normas da ABNT, por empresa que: esteja registrada no CREA, possua um responsável técnico: geólogo ou engenheiro de minas e tenha o selo da ABAS – Associação Brasileira de Águas Subterrâneas. Estas precauções visam a assegurar a realização de um serviço dentro das normas, que será fiscalizado pelas entidades competentes e gozará de todas as garantias construtivas.
Fig.: Esquema sem escala de 3 tipos de poços tubulares profundos:
1 – poço em rocha cristalina
2 – poço em sedimento com filtros
3 – poço misto


EQUIPAMENTOS E MATERIAIS PARA O BOMBEAMENTO DO POÇO.

Após a conclusão do Poço e dispondo de todas as informações construtivas e também das características físico – química e bacteriológica e interpretada sua condição de exploração ideal, o mesmo poderá ter definido o equipamento adequado para sua exploração:
- Eletro bomba submersível usualmente dotada de motores trifásico de 220/380/440 volts,
- Quadro Elétrico de Comando e Proteção
- Cabo Elétrico: condutor elétrico que interliga a bomba no interior do poço ao quadro.
- Tubulação Edutora: Geralmente de aço galvanizado, PVC ou até mesmo de mangueiras flexíveis, conectando a bomba até o cavalete na superfície, por onde sai à água bombeada;
- Cavalete. Montado na superfície e conectada à rede adutora. Normalmente em material de aço galvanizado: tubo; união, curva; registro gaveta; ventosa; saída lateral e válvula de retenção.
- Tubulação para medição do nível d’água. “Quando da instalação da bomba no poço deve ser aplicado concomitantemente um tubulação de pelo menos ½” até as proximidades da bomba, para possibilitar a medição dos níveis d’agua no poço.



CONCLUSÃO

Como analisado no presente trabalho, as águas subterrâneas são altamente importantes para abastecimento hídrico da população, participando de suas atividades de forma estratégica. A caracterização dos recursos hidrológicos subterrâneos de uma região, bem como o entendimento de processos de recarga, permanência e descarga do lençol freático, propicia à engenharia civil a segurança da construção e a garantia de maior durabilidade da mesma. Assim, estratégias de uso sustentável também devem ter em conta as características de todos os reservatórios do ciclo da água, garantindo que sua plena utilização seja feita de acordo com as bases científicas da engenharia.


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Texto e ilustrações extraídos da cartilha sobre Perfuração de Poços da ABAS - FIESP - DH Perfurações, de autoria de Carlos Eduardo Q. Giampá e Valter Galdiano Gonçales.
FERNANDES et al. Condicionantes geomorfológicos dos deslizamentos nas encostas: avaliação de metodologias e aplicação de modelo de previsão de áreas susceptíveis. Revista Brasileira de Geomorfologia. 2001; v.2; p. 51-71. Disponível em: http://www.lsie.unb.br/rbg/index.php/rbg/article/download/8/6


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