Gabriela da Silva Martins, Miguel Felipe Daros
Introdução
Um estudo publicado pela Unicef (órgão de defesa das crianças ligado à ONU),aponta que cerca de 2,4 bilhões de pessoas - um terço da população mundial - não têm acesso a saneamento básico e água potável. E o total de habitantes do planeta cresce a cada ano, junto com a demanda por recursos naturais.
Estudos recentes mostram que apenas 34% da população da Etiópia têm acesso a um melhor abastecimento de água. Isso quer dizer que cerca de 60 milhões de pessoas não têm água potável.
Com a preocupação da falta de saneamento básico e água potável em várias partes do mundo, houve um aumento na busca por novos meios de se obter água própria para o consumo, foi com essa preocupação que surgiu o projeto Warka Water.
O projeto foi idealizado com inspiração em várias referencias como: as características únicas de animais e plantas que tem em sua superfície micro e nano escalas estruturais que lhes permitem capturar agua do ar e sobreviver em ambientes hostis.
Proposta
O projeto realizado pelos italianos Arturo Vittori e Andreas Vogler pretende amenizar o problema da falta d'água nos desertos da Etiópia. Tudo começou quando ambos foram visitar o local e ficaram fascinados com a beleza da paisagem, mas a atenção também se desviou para algo bem evidente: a escassez de água.
- Warka Water visa à capacitação das comunidades que sofrem com a escassez de água e à produção de água potável a partir da atmosfera (chuva e neblina), utilizando um sistema passivo (sem consumo de energia) e fenômenos naturais (gravidade e condensação) .
Vista Frontal
Vista de topo
Como funciona e Materiais
Como o ar sempre contém certa quantidade de água, independente da temperatura ambiente e da condição de umidade, o projeto possibilita sua produção em qualquer lugar do mundo. Isso porque o Warka Water extrai a água da atmosfera (seja da chuva, do orvalho ou de nevoeiros) e tem a capacidade de coletar 100 litros de água por dia. O interessante é que pode ser construído aproximadamente em até quatro dias se for montado por seis pessoas e custa em média US$ 550. A estrutura é toda modular, mede cerca de 9 metros e pesa 90 quilos.
Os materiais utilizados são bambu, pinos de metal, cânhamo e bioplástico, ou seja, em sua maioria matérias biodegradáveis e de baixo impacto ao meio ambiente. A estrutura do projeto é feita com a divisão de bambus, proporcionando assim luminosidade e força. A forma do bambu permite estabilidade. As junções são feitas com pinos de metal e cânhamo. Dentro, a estrutura é forrada com um tipo de plástico para captar gotículas de água do ar. Além de tudo, o projeto possui também uma inteligente função, pois contém pequenos espelhos que fazem com que os pássaros mantenham-se longe.
Warka água depende apenas de fenômenos naturais como nós gravidade, condensação e evaporação e não requer energia elétrica. É uma estrutura vertical concebido para colher água potável a partir da atmosfera (que recolhe chuva, nevoeiro e colheitas de orvalho). Warka água é projetado para ser de propriedade e operados pelos aldeões, um fator chave que irá facilitar o sucesso do projeto. A torre não só fornece um recurso fundamental para a vida - água - mas também cria um lugar social para a comunidade, onde as pessoas podem se reunir sob a sombra de sua copa para a educação e reuniões públicas.
Componentes
Antena -Um grupo de antenas ligado à estrutura, formando uma espécie de coroa, com um material refletivo na sua ponta, para manter pássaros longe da torre.
Estrutura -A armação de bambu com formato triangular proporciona a resistência estrutural para manter o peso da coroa de luz firme e estável.
Dossel-O dossel fornece sombra criando um local de encontro para a comunidade.
Cordas-Uma rede triangulada de poliéster é utilizada para dar estabilidade à estrutura suspensa.
Malha-Uma malha permeável permite o ar passar através do material, capturando gotículas de água que escorrem para baixo por gravidade.
Coletor-Gotas de água escorrem da Malha pela força da gravidade acumula e são armazenados pelo coletor e canalizados para o Tanque de Água. Ele também funciona como condensador do ar.
Funil-A água que vem do colector passa através de um filtro que fica dentro do Funil e vai para o reservatório de água.
Tanque de Água-Um tanque de 800 galões (3000 L) é usado para armazenar a água captada.
Base-Blocos de pedra são usados como plataforma para a Warka.
Tamanho e transporte
Warka água é projetado para ser facilmente transportado também onde a infra-estrutura é limitadas. A torre é modular e os elementos se juntam com uma simples técnica. O tamanho de cada módulo é suficientemente pequena para ser transportado a pé, subir para vias íngremes para locais remotos onde não há meios de transporte podem chegar.
Warkino
Uma estação meteorológica projetada especificamente para o desenvolvimento da WW, Warkino nos permite estudar as capacidades de captação de água de diferentes tipos de materiais sob várias condições climáticas. Warkino nos ajuda a monitorar o ambiente local (umidade, pressão atmosférica, temperatura, ventos, coleta de água, qualidade da água, temperaturas da superfície do material). O Warkino é fundamental para o lançamento de um piloto bem-sucedido e para o melhoramento dos materiais de captação de água.
Testes e experimentos
Testes e atividades de pesquisa são realizadas na zona rural no centro da Itália, com protótipos e materiais em grande escala. As experiências diárias em curso trouxeram novas mudanças e atualizações para versão mais recente, Warka Água 3.2. São selecionados potenciais locais na Etiópia com critérios importantes como a falta de água potável e as necessidades urgentes da comunidade para uma solução, outros fatores importantes relacionados com o meio ambiente local são: a pressão, a temperatura média, umidade, ponto de orvalho e precipitação.
Impacto Ambiental
Warka Água utiliza principalmente materiais naturais e biodegradáveis locais. É uma estrutura temporária projetado para não deixar marcas no ambiente após a retirada e, portanto, não necessita de escavação ou modificação do solo para implantação. O Warka não extrai água do solo. Em adição à água de beber, a água gerada pela torre Warka pode ser utilizada para a irrigação, arborização, e a regeneração do ecossistema. Como parte do treinamento dos moradores locais, pretende-se instituir um programa de gestão da água que ensina as melhores práticas de utilização, distribuição e reciclagem de água colhida. Através deste programa, espera-se que os moradores possam entender a nossa relação com o meio ambiente e afastar-se da "coivara" agricultura, que é responsável pelo desmatamento.
Conclusão
Acredita-se que a instalação da torre de Warka em aldeias remotas pode levar a numerosas iniciativas impactantes:
* Educação: Mulheres e crianças podem se envolver em atividades produtivas tais como cuidados, educação e ofícios que podem levar a auto-suficiência;
* Economia: Fabricação a torre Warka localmente e abastecimento de materiais indígenas podem criar empregos e impulsionar a economia local;
* Sociedade: copa do The Warka torre cria um local de encontro para a comunidade;
* Agricultura : a água produzida pela torre de Warka pode ser usado para a irrigação e agricultura;
* Meio Ambiente: o programa de formação em gestão de água pode introduzir os princípios da permacultura;
* Tecnologia: desenvolvimentos futuros incluem um ponto de conexão de internet compartilhada para aldeias rurais, que pode conectar as comunidades isoladas e trazer valiosas informações em tempo real (por exemplo, previsão do tempo, os preços de culturas de mercado).
Além de melhorar a condição de vida dessas pessoas, o projeto cria sombra e um espaço social que gera reuniões públicas de educação e aproximação de moradores da comunidade.
Referencias Bibliográficas
Disponível em: http://www.warkawater.org/design . Acesso em: 28 Out. 2016
Disponível em: https://www.kickstarter.com/?ref=nav . Acesso em: 28 Out. 2016
Disponível em: http://www.pordentrodaafrica.com/meio-ambiente/para-regar-terra-e-saciar-sede-invencao-quer-garantir-captacao-e-armazenamento-de-agua-potavel-em-comunidades-na-etiopia . Acesso em 28 Out. 2016
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