A Ponte
Rio-Niterói é considerada uma grande economia para a circulação de mercadorias
e pessoas pela Baía de Guanabara, pois antes todos precisavam circundar toda a
baía para dar continuidade a uma viagem pela costa. Após a construção da ponte,
esse caminho diminui de 100 km para
cerca de 15 km, uma
redução de 85km. É um atalho maravilhoso, certo?
Agora
imagine se você pudesse economizar 12.530km!!
Isso sim é um atalho…
Essa redução é resultado da comparação
do percurso necessário para se navegar entre as cidades de New York, no Oceano
Atlântico, e San Francisco, no Oceano Pacífico, considerando antes e depois da
construção do Canal do Panamá.
Possíveis rotas entre as cidades de New York e San Francisco
Esse pequeno corte na América Central
permitiu uma extraordinária redução nos custos de transporte em rotas
importantes. A sua construção é considerada uma das maiores obras humanas no
planeta e o sonho de unir os oceanos Atlântico e Pacífico já existia desde o
século XVI, mais especificamente em 1513, quando Vasco Nuñez de Balboa cruzou a
“pequena” faixa de terra que separava os continentes, conhecido como Isthmus do Panamá.
Foi então que Carlos I, Rei de Espanha e Imperador do
Sacro Império Romano (como Carlos V), inicia um movimento para construir uma
passagem através do Isthmus. Em 1534, uma campanha foi instaurada para
buscar uma rota através do Rio Chagres. Ao
final da campanha, foi reconhecido que ninguém seria capaz de executar tal tarefa!
No final do Século XIX, a
França começa a estudar alternativas para traçado do canal através da América
Central e em 10 de janeiro de 1880 tinha início os trabalhos de escavação do
projeto francês. Depois de muitas dificuldades e mortes, estimadas em mais de
22.000 pessoas, os franceses desistem do projeto e em um acordo com os Estados
Unidos da América, cedem o projeto aos norte americanos, por US$40.000.000.
Assim
como ocorreu com os franceses, muitas mortes aconteceram durante a construção
do canal pelos norte americanos. Com um custo total de US$ 375 milhões, a
primeira embarcação a atravessar oficialmente o canal foi a SS Ancon, em 15 de
agosto de 1914.
O Canal do Panamá tem aproximadamente 80km de
extensão, entre os oceanos Atlântico e Pacífico, ultrapassando um desnível de
26 metros, que é o nível do Lago de Gatum. Para vencer esse desnível, as
embarcações navegam por três sistemas de eclusas.
Como a Eclusa funciona
Ela atua como um
verdadeiro elevador aquático, ajudando navios a transpor rios ou canais onde
existe desnível no terreno. Esse desnível pode ser provocado pela construção de
uma barragem ou uma hidrelétrica, por exemplo. A eclusa nada mais é que uma
grande câmara de concreto com dois enormes portões de aço. Depois que o navio
entra, os portões são fechados. Quando a embarcação passa do ponto mais baixo
para o mais alto, a água entra e eleva o navio. Quando o caminho é o inverso, a
água escoa e a embarcação desce. O truque desse estranho elevador é a tubulação
por onde a água entra e sai. “O segredo está nas válvulas. A eclusa funciona
sem necessidade de bombas e nenhuma energia é gasta para erguer o navio. Tudo é
feito aproveitando o peso da própria água”, afirma o engenheiro naval Carlos
Daher Padovezi, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo.
O princípio é antigo.
As eclusas já eram usadas pelos chineses no século VII. E eles viraram mestres
no assunto, tanto que a atual construção, no rio Iangtsé, da hidrelétrica de
Três Gargantas (que será a maior do mundo) inclui uma eclusa gigantesca. Para
vencer um desnível de 113 metros, os barcos subirão uma altura igual à de um
prédio de 50 andares!
Navio navegando através da
eclusa de Miraflores
Eclusa de Miraflores, onde
os turistas podem acompanhar a passagem dos navios.
As dimensões máximas dos navios que podem atravessar o Canal
do Panamá são 32,3m de largura por 294,1m de extensão, dependendo do tipo da
embarcação, com um calado de 12,04m.
Dimensões da eclusa
Essas
medidas deram o padrão para a construção dos navios chamados Panamax, que são
embarcações dentro desses limites. Porém, com o desenvolvimento da indústria
naval, os estaleiros fabricam navios bem maiores que isso, os quais não podem
navegar pelo atalho das Américas, conhecidos como pós-Panamax são
principalmente transportadores de petróleo, minérios, carvão e grandes navios
de contêineres.
REFERENCIAS
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